Apresentação do Programa

O programa de Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Animal é estratégico para o desenvolvimento do Maranhão, especialmente pelo status sanitário do seu rebanho bovino e bubalino em relação à febre aftosa, que mudou de médio risco para livre com vacinação. Com essa alteração, o Estado deverá ser um importante exportador de carne bovina tanto da produção pecuária local quanto de outros estados da federação brasileira, considerando-se que o porto do Itaqui disponibiliza maiores facilidades para o embarque de carne e outros produtos, haja vista sua privilegiada localização geográfica em relação aos principais países importadores, bem como da rede ferroviária norte-sul que liga o Maranhão a grandes produtores pecuários como os estados do Pará e Tocantins.

Apesar das grandes vantagens encontradas no agronegócio brasileiro e das suas boas perspectivas futuras, o mesmo encontra muitos problemas e desafios a serem superados que dependem, essencialmente, de investimentos tanto públicos quanto privados, bem como, de mudanças nas políticas econômicas internas. Os potenciais prejuízos que esse fato pode acarretar aos produtores já foram demonstrados nos últimos anos. Por causa do surgimento de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná, mais de 50 países impuseram embargo à carne bovina desses estados, que estão entre os maiores produtores nacionais. Além do embargo à carne bovina, o agronegócio brasileiro sofreu também com o surto de gripe aviária, que prejudicou as exportações mesmo não tendo sido registrado casos da doença no Brasil.

Quanto ao setor educacional no Estado do Maranhão, no que diz respeito a qualificação de recursos humanos, especialmente a pós-graduação não atende a demanda da sociedade, considerando-se que existem apenas dois mestrados acadêmicos na área das ciências agrárias, sendo um em Agroecologia e outro em Ciência Animal e apenas 1 (um) profissional, o mestrado em Defesa Sanitária Animal para a tender toda a demanda da região norte, nordeste e demais regiões brasileiras. Neste sentido, a Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, Instituição de ensino superior que tem o compromisso com o desenvolvimento científico, tecnológico e social do Estado, tem se empenhando para aumentar sua integração com a sociedade e com as políticas públicas do Estado. Neste contexto, o Curso de Medicina Veterinária, do Centro de Ciências Agrárias-CCA/UEMA vem atuando há 40 anos nas atividades de pesquisa, ensino e extensão e, mais recentemente, na pós-graduação.

A importância do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Animal está direcionada para a necessidade de formação e capacitação de recursos humanos, especificamente Médicos Veterinários destinados a desenvolver atividades técnicas em defesa e inspeção sanitária animal, no Estado do Maranhão e nas regiões norte e nordeste, uma vez que o profissional das ciências agrárias deve atuar como guardião da saúde pública, cuidando da sanidade animal, seus produtos e subprodutos, além de agir estrategicamente para garantir o desenvolvimento econômico sustentável do país.

O Mestrado Profissional tem apresentado impactos positivos no âmbito regional e nacional, como por exemplo: a) formação continuada, pelo caráter permanente e regularidade de oferta de uma pós-graduação strictu sensu; b) valorização da força de trabalho inserida no setor produtivo, possibilitando a inclusão do título de mestre nos critérios de promoção da carreira profissional; c) exigência de integração real entre a Universidade Estadual do Maranhão e o setor produtivo maranhense, oportunizando a realização de convênios com empresas e órgãos públicos; d) incentivo à busca de objetos de pesquisa que possuem origem no mundo do trabalho e para lá retornam como conhecimento construído e como produtos e processos sustentáveis.
O Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Animal foi proposto a partir de uma demanda específica de profissionais Médicos Veterinários, fiscais agropecuários da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão – AGED. Essa demanda surgiu em 2010 quando a diretoria da AGED encaminhou requerimento à Direção do Curso de Medicina Veterinária – CCA/UEMA, manifestando o interesse dos profissionais, Médicos Veterinários, daquela Agência serem qualificados na área de defesa sanitárias animal. A partir daí iniciou-se uma série de discussões junto ao corpo docente do Curso de Medicina Veterinária, chegando-se à conclusão que a modalidade de pós-graduação mais adequada para a realidade desses profissionais seria o mestrado profissional. Criou-se, então, uma comissão para elaborar a proposta a ser submetida à CAPES.

Em 14 de julho de 2011 o projeto foi apresentado aos dirigentes da UEMA, aos demais professores do Curso de Medicina Veterinária e aos demais interessados, tanto da AGED quanto do Ministério da Agricultura, Secretaria de Saúde e outros órgãos estaduais representados, afim de fazer as adequações necessárias antes da submissão da proposta à CAPES. Em 20 de julho do mesmo ano a proposta foi submetida ao Conselho de Centro do Centro de Ciências Agrárias CCA e, em seguida, aos órgãos superiores para aprovação e submissão definitiva à CAPES. Ainda em 2011, a proposta foi submetida ao APCN da CAPES, tendo sido aprovado com conceito 3. No primeiro semestre de 2012 foi publicado edital para seleção de 20 candidatos, número de vagas aprovada pela CAPES. Foram inscritos um total de 64 profissionais e selecionados 20, preenchendo-se todas as vagas. As aulas iniciaram em agosto de 2012. Todos os alunos dessa primeira turma já cumpriram os créditos e defenderam suas dissertações, concluindo esta primeira turma em 29 de agosto de 2014.

A Coordenação do Curso recebeu documento do Presidente do Sindicato dos Fiscais Agropecuários do Estado do Maranhão, contendo a relação nominal de 70 profissionais Médicos Veterinários de Órgãos Públicos e Privados, manifestando o interesse de concorrer as vagas para a 2ª turma. Além da demando do Maranhão foi recebida demanda dos estados do Piauí, Pará, Espirito Santo e Santa Catarina, pois nesta área este é o único mestrado existente no país. Após seleção, a segunda turma iniciou suas atividades em fevereiro de 2015. O colegiado aprovou seleção para uma turma que iniciaria suas atividades concomitantemente com a segunda turma. Assim, foram selecionados mais 13 alunos e a terceira turma iniciará em março de 2016.